Jornal do Batalhão










Palavras do nosso Comandante

Pois, o Batalhão também fez o seu jornal...

E quem são os jornalistas? Vejam os nomes que estão no final dos vários artigos, para verificarem que foram elementos do Batalhão que os escreveram. Está assim a confirmar-se aquilo que lhes disse nos primeiros contactos que tivemos na Metrópole, de que a nossa missão era complexa e diversificada; que cada um de nós, além de combatentes, teria uma gama enorme de actividades a executar e que além disso, ainda se poderiam dedicar aos nossos entretimentos preferidos.

Assim, aparecem aqueles que têm gosto em escrever e outros que gostam de ler aquilo que os nossos camaradas escrevem.

Estou a ver as vossas caras com expressão admirada, ou até pouco crédulas, quando lhes indicava algumas das missões que vocês iriam ter no Ultramar.

Não há dúvida que a adaptação a um meio tão diferente daquele a que estavam habituados, cria certas dificuldades iniciais, mas aos poucos irão sendo vencidas e todos irão compreendendo melhor a vida que estão a viver. Com o contacto permanente com os vossos camaradas, vão tendo um conhecimento deles que muitas vezes gera uma amizade que dura pela vida fora, criam um espírito de união e a noção que só o esforço comum conduz à realização de objectivos.

O contacto com gentes diferentes daquelas a que estavam habituados, que muitas vezes não entendem nem se fazem entender pela linguagem, constitui uma experiência de relações humanas que, quase tenho a certeza, vocês não esperavam ter de encarar.

Enfim, tantas outras coisas lhes poderia dizer ou relembrar aquelas, que há uns tempos lhes disse, encheria quase todas as páginas do nosso Jornal.

Vou portanto finalizar e com a convicção de que todos nós, cada um de nós, é capaz de se dedicar com ânimo às suas tarefas dignificando-se que é o mesmo que dignificar todos os que constituem o Batalhão e dando realidade à divisa que adoptamos para figurar no nosso guião:

"NÓS SOMOS CAPAZES"
            Tenente Coronel de Infantaria
João Pedro do Carmo Chaves de Carvalho






O Uniforme

Se atendermos ao verdadeiro significado da palavra, facilmente constataremos que, Uniforme ou farda, deve traduzir-se como uniformidade no vestir, igualdade no traje para uma determinada categoria de indivíduos, a utilização de peças de idêntico padrão ou forma. Se assim é e os regulamentos determinam que, com algumas excepções, o fardamento a usar pelos elementos do Exército seja igual e uniforme, porque não deveremos nós manter essa disciplina no vestir, essa igualdade de direitos e obrigações no trajar e a dita honra que todo o militar deve sentir quando enverga essa farda?

Pois se essa honra nos cabe e muitas vezes se abusa da regalia que a farda nos confere, porque não fazer com que ela nos assente bem (em sentido lato) que seja honrada e considerada por quem a enverga e defendida a todo o custo por quem a veste?

Mas uniforme não é utilizar calças nº2 com camisa camuflada ou calças camufladas com camisa nº3, com ou sem boina ou barrete. Não! Uniforme é farda completa. É a utilização das peças devidas e condizentes, da boina com a farda nº2 ou do "quico" camuflado com as calças e camisa do mesmo tipo.

Qual será a opinião de qualquer civil quando vê um militar mal uniformizado, o que, infelizmente, tantas e tantas vezes terá ocasião de observar?

Ninguém pensa que, por transportar a boina debaixo do braço, trazer o cabelo bem penteado e as botas bem engraxadas, lhe eleva a categoria que tem, quer como homem ou militar. Esse indivíduo que assim age, não tem completa consciência da sua atitude e procede desta maneira por mera vaidade. 

Aqueles outros que utilizam o fardamento indevidamente, trocando ou alterando as diversas peças, cometem mais uma grave falta. São, com certeza, mais severamente criticados pelo elemento civil, além de infringirem clara e flagrantemente os regulamentos militares.

Se os primeiros se podem apodar de vaidosos, estes últimos, o que é pior, terão que ser cognominados de desleixados e a sua atitude, atentória contra o decoro e brio militar.

Todo aquele que se preza e se sente honrado por ser militar, deve exteriorizá-lo de todas as maneiras  possíveis. A mais concreta e mais dignificante, será trajar bem, ter uma compostura correcta como homem e como militar e ser um verdadeiro arauto dos sentimentos e disciplina militar.

"NÓS SOMOS CAPAZES"
Tenente do S.G.E.
Carlos Manuel Duarte






Desporto

Em 01JAN73, uma equipe de futebol da CCS deslocou-se à Colónia Penal de CHICALA afim de disputar com o pessoal deste estabelecimento uma partida de futebol.
De realçar a maneira como toda a comitiva foi recebida e como soube corresponder a todas as atenções que lhe foram dispensadas, criando à sua volta uma auréola de simpatia, a atestar pela aceitação de novo convite a satisfazer em data a designar. Assistiu muita população autónoma.
  




Um Soldado Português

Nós somos uma escola!

Nós, Soldados Portugueses, guiados pelo mesmo destino, caminhando o mesmo trilho que seguiram os nossos antepassados, vamos por este mundo fora sem temer, sem vacilar perante as hostes inimigas.

O bravo Soldado não veio para lutar nem destruir, mas sim defender. Defender uma causa justa, defender as populações ao jogo do inimigo e dar-lhes toda a assistência adequada para o seu bem estar. Ensinamos o povo, porque somos uma escola e este por sua vez dá-nos algo das suas necessidades, das suas aspirações, dos seus costumes. Num amor fraternal, num amor de bondade, mostramos a verdade e damos o nosso sacrifício para a sobrevivência dessas populações.

O que seria deste pequenino que temos à nossa frente, sujo, calças rotas, sem camisa, feridas nos pés se nós Soldados da Paz lhe negasse-mos assistência? O que seria deste velho, sem forças e sem amparo, nós Soldados da Paz não fossemos o seu amparo e o seu escudo?

Nós somos uma escola!

Não só no seio do exército, como fora dele, em qualquer parte onde estivermos, aí precisam de nós, da nossa experiência, da nossa bondade, do nosso carácter manso como as árvores tranquilas do rio, que corre suave sem barulho murmurando palavras doces como o mel.

Somos uma escola, na unidade, na mata e em qualquer parte do globo onde, o Soldado Português possa habitar. Aprendemos o que é útil à nossa sobrevivência, aprendemos para a nossa defesa, aprendemos para dar e não receber, aprendemos a amar-mos uns aos outros, aprendemos a reconhecer as qualidades de cada um de nós, aprendemos a sermos unidos como uma caixa hermeticamente fechada.

E no meio dessa grande escola, está o grande guia e mestre: A Bandeira Portuguesa, que diariamente sobe ao mastro às 08:00 horas, nos incentiva para mais um dia de trabalho e compreensão, para depois às 17:00 horas, ao baixar nos dizer que valeu a pena por mais um dia de dever cumprido.

"NÓS SOMOS CAPAZES"
Soldado da 3ª C.CAÇ.
Mário Ferreira







Natal e Ano Novo /1 Ano de Comissão
Palavras do nosso Comandante

Os meus contactos com todo o pessoal do Batalhão têm sido o maior número possível dentro das possibilidades. Contudo, desde que se realizou a instrução operacional em Viana do Castelo, não mais tive a oportunidade de me dirigir pessoalmente e em conjunto a todos que constituem o Batalhão, dada a situação que vivemos.

Embora com o condicionamento de ser só por escrito, não quis deixar passar esta época sem lhes dirigir algumas palavras por duas razões:

A primeira porque a última semana do ano é tradicionalmente consagrada à amizade entre os homens e ainda em que podemos fazer o balanço do que fomos, com defeitos e virtudes, ao longo do ano e planear o nosso procedimento no Novo Ano que se avizinha, no sentido de sermos melhores, mais completos, mais conscienciosos das nossas obrigações, enfim procurarmos ser mais úteis à sociedade em que vivemos, ou seja, conseguirmos ser homens melhores.

A segunda é por completarmos um ano de comissão em terras de Angola. Neste ano muito vivemos, muito esforço foi despendido, muitas dificuldades foram vencidas, numa união de forças convergentes para um objectivo único, manter o prestígio do Exército que, abnegadamente, serve Portugal.

Todos nós sabemos o que a cada um custa cumprir a intensa actividade operacional que o Batalhão tem desenvolvido, mas como compensação, poderemos ter a alegria de conseguir constituirmos um guardião efectivo da Paz em que têm vivido as populações das regiões onde nos encontramos, o que também tem conduzido ao ambiente de Paz que entre todos tem existido e assim deverá continuar.

A maior parte de Oficiais, Sargentos e Praças já se habituou à dureza da vida a que obriga a missão que nos está confiada e estou certo que continuará a cumprir, talvez agora com mais ardor, pois está em presença de resultados positivos conseguidos, que é preciso não só manter, mas ainda melhorar, dentro das possibilidades, pois a experiência adquirida durante este primeiro ano de comissão, tem de ser devidamente aproveitado para fazer mais e melhor, nunca descurando a divisa do nosso Batalhão.

  "NÓS SOMOS CAPAZES"
Tenente Coronel de Infantaria
João Pedro do Carmo Chaves de Carvalho







Rádio-amador  (Entrevista)


P - Como nasceu o Rádio-amadorismo?

R - Não se sabe ao certo quando terá nascido, mas pensa-se que terá aparecido com as primeiras experiências de Branly e Marconi, inventores de T.S.F.. No entanto como o emissor construído por estes dois cientistas era do tipo designado por "arco" não sintonizados e de construção rudimentar. Os emissores de amadores, mesmo os mais antigos que se conhecem, já trabalham a válvulas, leva a crer que o Rádio-amadorismo tenha nascido após a invenção da válvula eletrónica.      

 P - Há quanto tempo existe?

R - Crê-se que terá sido desde meados de 1899 e 1907.

P -  Porque gosta do Rádio-amadorismo?
  
R - A minha paixão pelo Rádio-amadorismo nasceu no momento em que tive conhecimento da sua existência. E não nasceu por acaso, a rádio é um "hobby", melhor, um desporto cientifico que considero completo.

P - Quais os países que já contactou?

R - Contactei com quase toda a Europa e pelo menos com um país de cada Continente, tais como Libéria, EUA, Venezuela, Austrália, Nova Zelândia e Japão.

P - Quais os projectos para o futuro?

R - Acabar de montar a minha estação, antena direccional de três elementos TH3 JR, possuir indicativo de Angola (CR6...), contactar com os restantes países do mundo que me faltam, obter o máximo de diplomas tanto em fonia como em telegrafia (ew) e falar com os meus amigos espalhados pelo mundo.

P - Qual o custo da aparelhagem para modesta estação de Rádio-amador?

R - Em princípio o Rádio-amador a 100%, deve construir a sua própria estação. No entanto, atendendo a que só uma técnica apurada por parte do amador consegue igualar a fabricação automática e em série das fábricas para esse fim destinadas. As máquinas (salvo rara excepção) compram-se feitas, assim como as antenas. Há fábricas tipo "KIT"que vendem equipamentos em peças, para o Rádio-amador montar em sua casa, com o auxilio de aparelhagem adequada à sua afinação. O custo do equipamento varia com a sua função e nunca do fabricante ou da casa montadora. Já se consegue um equipamento de SSB 3,5 a 28 MHZ (bandas de amador) de certa qualidade por 15 contos. Mas existem outros que podem ir até aos 60 contos e mais. Os equipamentos para VHF (144MHZ) são muito mais baratos, podendo ir até os 6 contos.

Entrevista do 1º Cabo Bessa
ao Furriel Vítor Cereja





Desporto

FUTEBOL de 11
Taça "Major BLASCO"

Realizou-se no fim do mês de Abril/73, no Estádio Municipal de Chitembo, um torneio relâmpago para a conquista da taça acima referida, entre as equipas representativas da CCS-Equipa A, CCS-Equipa B, 2ª C.CAÇ. e C.ART. 3375.

Jogaram num domingo da parte da manhã, a CCS/A com a C.ART. e CCS/B com a 2ªC.CAÇ.
Resultados:
CCS/A 2 - C.ART. 1
CCS/B 0 - 2ªC.CAÇ. 0
Este último jogo foi resolvido na marcação de grandes penalidades, saindo vitoriosa a equipa da 2ªC.CAÇ.

Ainda no mesmo dia, da parte da tarde, jogaram para o apuramento dos 1º, 2º, 3º e 4º classificados, os vencidos dos jogos efectuados da manhã e os vencedores, apurando-se os seguintes resultados:
CCS/B 1 - C.ART. 1
CCS/A 2 - 2ªC.CAÇ. 2
O jogo CCS/B - C.ART. foi resolvido na marcação de grandes penalidades, tendo saído vencedor a equipa da C.ART. 3375.

A CCS/A e a 2ªC.CAÇ. disputaram uma finalíssima em 13 de Maio, tendo saído vencedora a equipa da CCS/A com o resultado de 4-2. Arbitrou este encontro o Alferes Milº. Teixeira de Sousa.
Deste modo a classificação ficou assim ordenada:

 


1º - CCS/A
2º - 2ªC.CAÇ.
3º - C.ART. 3375
4º - CCS/B
Após o último jogo, a Taça "Major Blasco" foi entregue ao capitão da equipa da CCS/A, Alferes Milº. Espírito Santo, pela Exma. Sra. Elisabete Teixeira de Sousa, tendo assistido ao acto os delegados da CCS e 2ªC.CAÇ.



FUTEBOL de SALÃO
Taça "Câmara Municipal de Chitembo"  comemoração das festas de Sº. João nesta vila.

Realizou-se nos passados dias 23 e 24 de Junho/73, um Torneio de Futebol de Salão, por ocasião das festas de Sº. João desta vila de Chitembo, em que tomaram parte duas equipas da CCS (Sargentos e Praças), o Atlético Vitória de Serpa Pinto e uma equipa Civil de Chitembo.

No dia 23, defrontaram-se em primeiro lugar a equipa da CCS(Sargentos) e a equipa Civil de Chitembo, tendo saído vitoriosa a equipa militar por 3-1.
De seguida jogaram o Atlético Vitória de Serpa Pinto e a equipa da CCS(Praças), saindo vencedora a equipa de Serpa Pinto por 5-0.

No dia 24, dia de Sº. João, defrontaram-se para o apuramento dos 3º e 4º classificados, as equipas Civil de Chitembo e a da CCS(Praças) com o resultado favorável de 3-1 para os militares.
Para o apuramento do vencedor do Torneio, jogaram de seguida as equipas da CCS(Sargentos) e o Atlético Vitória de Serpa Pinto. Saiu vencedora a equipa de Serpa Pinto por 3-2, tendo-lhe sido atribuída a Taça "Câmara Municipal de Chitembo".

No final, foi entregue a Taça ao capitão daquela equipa, pelo Exmo. Comandante do Batalhão, estando presentes o Exmo. Administrador do Concelho e outras individualidades.

VOLEIBOL

Realizou-se no dia 13 de Maio/73, no Campo de Jogos de Chitembo, um encontro de Voleibol entre a equipa da CCS e a equipa da 2ªC.CAÇ. tendo saído vitoriosa a primeira por 3-1.

Visitou-nos no dia 10 de Junho/73, para a realização de um jogo de Voleibol, a equipa da 3ªC.CAÇ. agora reforçada com elementos ali em diligência. Mercê do seu melhor jogo e dos fortes rematadores, a 3ªC.CAÇ. venceu a CCS por 3-0.





Na CCS Houve Festa



No dia de Natal de 1973, pelas 22:00 horas, realizou-se na Companhia de Comando e Serviços, um espectáculo em que participaram cerca de duas dezenas de militares da mesma Companhia.
Estiveram presentes, o Exmo. Comandante e Esposa, o Exmo. 2º Comandante, o Administrador do Concelho e Esposa, Oficiais, Sargentos, Praças e Civis. A festa decorreu com bastante agrado.
No nosso jornal vamos passar a transcrever as “Jograladas” que tiveram êxito absoluto.





1ª Voz - Atenção senhoras e senhores…
2ª Voz - Atenção… Atenção…
Todos  - Vai começar a nossa prelecção…
1ª Voz - Quem sofre do coração que se afaste…
2ª Voz - Eis um conselho inteligente!
1ª Voz - Lá atrás há uma garrafa!
Todos  - Uma garrafa de aguardente?
2ª Voz - Não! Reparem quem está naquele canto…
1ª Voz - Parece um espírito maligno…
2ª Voz - Ou alguém assombrado!
Todos  - Não! É um espírito, mas um Espírito Santo.
1ª Voz - Estou completamente despistado!
Todos  - Aí está um problema engraçado!
2ª Voz - Mas eis que a justiça chega!
1ª Voz - Com o seu bastão fleumático…
2ª Voz - Autos e mais autos onde quer que esteja...
Todos  - O único problema é o reumático.
1ª Voz - E graças à perseverança e mais alardes…
2ª Voz - Neste Chitembo sem brancas mulheres…
1ª Voz - O nosso Major Blasco Gonçalves…
Todos  - É o rei dos pesos e alteres.
2ª Voz - Nem só de ração de combate vive o militar...
1ª Voz - Que até se pode comer de muita maneira...
2ª Voz - Mas qual quê… tragam Milo e bolachas até acabar…
Todos  - Para o nosso Capitão Oliveira.
1ª Voz - Não esquecer que se deve poupar os carros…
2ª Voz - Nisso… o exemplo de cima vem…
1ª Voz - Vejam o passeio de fim de tarde do nosso Capitão Barros...
Todos  - Que o faz a pé e não de trem.
2ª Voz - Será para poupar ou manter a “finesse”?
1ª Voz - Não sei… mas da ginástica já alguém desistiu…
2ª Voz - E agora passam os dias em cima do telhado da messe…
Todos  - Será que o nosso Alferes Pires nunca de um telhado caiu?
1ª Voz - Mas nesta caminhada estafante…
2ª Voz - De descansar já nem me lembro...
1ª Voz - Com este calor asfixiante?
2ª Voz - Mesmo assim… subirei a avenida do Chitembo…
Todos  - Leva os calções do nosso Ajudante.
1ª Voz - Qual é a coisa qual é ela?
2ª Voz - Alto como um penedo
1ª Voz - Com pretensões a sabichão
2ª Voz - Tem um bigode que mete medo
1ª Voz - E a calma de um cirurgião.
Todos  - Vê lá se te abres… e dizes o segredo
2ª Voz - A nossa imaginação é um horror…
1ª Voz - Tanto custa descobrir o que descoberto está!
Todos  - Nós sabemos… é o Furriel Amador.
1ª Voz - Há que tempos não o vejo!
2ª Voz - Bom dia Sr. Torcato
Todos  - Como vai Sr. Cereja?
1ª Voz - Nunca o Algarve esteve tão belo como neste domingo
2ª Voz - Quer ver a nova remessa de Triple-Marfel?
Todos  - Hoje é-me impossível… Tenho de ir pró Quimbo
1ª Voz - Para qual?... O de Samalesso?
2ª Voz - Não!... Esse não visito.
1ª Voz - Fora… Fora… não ouviu o apito?
Todos  - Lá fora deve andar o Furriel Brito.
2ª Voz - Os mecânicos também têm uma palavra a dizer!
1ª Voz - Segundo consta fora daquelas paredes…
2ª Voz - Não deve haver nada que fazer!
Todos  - Pois todos se dedicam ao Volkswagen e ao Mercedes…
1ª Voz - Até parecem obras de Santa Engrácia!
2ª Voz - Quais? As reparações?
1ª Voz - Não… as outras que começaram com muita eficácia…
Todos  - Já sabemos…falais do Parque-Auto das desilusões…
2ª Voz - Mas ilusões e desilusões muitas existem…
1ª Voz - E há daquelas que muito custam acreditar…
2ª Voz - Mas sapadores e atiradores persistem…
Todos  - Para a nova messe se inaugurar.
1ª Voz - A cobertura do acontecimento já está prevista…
2ª Voz - Haverá beberete e os técnicos distribuirão autógrafos…
1ª Voz - As bebidas estão a cargo do nosso 1º Batista.
Todos  - E não faltarão as Transmissões com o seu pelotão de fotógrafos…
1ª Voz - Contra o costume os cozinheiros se esmerarão…
2ª Voz - Na ementa não haverá qualquer surpresa…
Todos  - Teremos grão de bico, chouriço e macarrão.
1ª Voz - Só no fim teremos a certeza...
2ª Voz - De não se ter falhado na organização.
1ª Voz - Os enfermeiros bem dispostos e sem rudeza...
Todos  - Dirão “presente” nalgum caso de indisposição…
2ª Voz - Os escritas com as suas máquinas terão papel de relevo…
1ª Voz - Farão com que mais tarde recordemos com saudade...
2ª Voz - Ao lermos as suas reportagens cheias de enlevo…
Todos  - Que decerto o Bessa incluirá no Jornal de Unidade.

Seguidamente a última parte é cantada.

1ª Voz - Não quisemos ofender
2ª Voz - Saibam distinguir uma brincadeira
1ª Voz - Esta injecção não faz doer
Todos  - Muito pior é uma bebedeira
2ª Voz - Que importa a tristeza ser tua
1ª Voz - Se a alegria está à tua mão
2ª Voz - Deita a tristeza prá rua
Todos  - E vem juntar-te á bailação
Todos  - Deita a tristeza prá rua
Todos  - E vem juntar-te á bailação

Redigiu o furriel Queirós e tomaram parte os 1º Cabos Luís Amaral, Rocha Oliveira e Carvalho Bessa.
A festa terminou com o Hino da CCS.

Canta a CCS canta
A todos encanta
Não há igual
Nós vimos aqui cantar
P’ra festejar a noite de Natal

Também “Nós Somos Capazes”
Cantamos todos com alegria
Viva o nosso Tenente
Comandante da Companhia

Nós todos aqui presentes
Passamos tempos que não esquece
Somos fortes e lutadores
E nos prezamos da CCS

Nós aqui todos unidos
Desejamos do coração
Bom Natal p’ra toda a malta
E pró Comandante do Batalhão